«Ontem, uma hora e trinta e cinco minutos depois do fim do jogo em Paços de Ferreira, a comitiva do Sport Lisboa e Benfica, num acto premeditado e executado com precisão, foi cobarde e violentamente atacada.
O País, através das imagens, foi testemunha deste ataque inqualificável, que diz bem do carácter e do propósito dos seus autores.
Todos assistimos – chocados e incrédulos - à repetição de actos que, infelizmente, vêm manchando o futebol português.
O que se passou ontem – que fique bem claro – não representa o futebol ou os seus adeptos. Não representa uma região ou uma cidade. Representa, apenas, um grupo de vândalos, que tem beneficiado da clandestinidade das suas acções.
Todos temos a obrigação de condenar, com clareza, actos deste tipo.
O que aconteceu ontem nada tem a ver com rivalidade ou com futebol; tem a ver com criminalidade.
O que se passou ontem também não tem a ver com o Sport Lisboa e Benfica, mas com o País que somos e com o País que queremos ser.
Já houve demasiados incidentes e o de ontem à noite – só por um feliz acaso – é que não ganhou proporções maiores, que hoje todos estaríamos a lamentar.
Mas a nossa obrigação não pode passar apenas por condenar a violência, qualquer que seja a forma por que ela se manifeste.
A nossa obrigação, porque somos um clube responsável, com uma história centenária, é evitar agir da mesma forma.
Esta Direcção do Sport Lisboa e Benfica não se revê em quaisquer tipo de represálias que possam resultar da sequência dos sucessivos incidentes de que os nossos atletas e dirigentes têm sido vítimas.
A nossa grandeza e o nosso carácter devem levar-nos a pensar que somos o que somos porque não nos revemos neste tipo de acções.
Quero acabar, em nome da Direcção do Sport Lisboa e Benfica e da Administração da SAD, repetindo o nosso apelo para que, independentemente do repúdio a este tipo de actos, nenhum sócio, simpatizante ou adepto do Benfica, caia na tentação de reagir da mesma maneira.
O futebol é paixão e rivalidade, não é violência nem criminalidade. Não pode valer tudo e aqueles que acham que sim, estão a matar o futebol!»